domingo, 28 de junho de 2009

Tenho me Identificado Bastante com esta Música

Sal de fruta

Lorenza Pozza


O meu passado é o ar que vem em gavetas
Não quero mais olhar pra trás
Quero uma escada rolante que me leve para o ar
Sem nenhum contato com o chão
Com um walkmen em minhas mãos
Ouvindo Enya

Elevadores são salas de espera
Levam pro inferno ou pro céu
Eu prefiro ficar no térreo e descobrir o meu papel
Esse teatro sem explicação
Onde o cenário muda o tempo todo
Como a tela da televisão
E a tela da televisão

Vou pular, vou pular, vou pular
Numa piscina com água e sal de fruta
Que me dê motivo para flutuar
Vou me livrar dessa lei da gravidade
Que me puxa pra baixo
Eu quero ser do acaso
Eu quero ser do acaso

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Grey's Anatomy

Passamos toda a nossa vida nos preocupando com o futuro.

Fazendo planos para o futuro.

Tentando prever o futuro.

Como se desvendá-lo fosse aliviar o impacto.

Mas o futuro está sempre mudando.

O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos.

E das nossas maiores esperanças.

Mas uma coisa é certa.

Quando ele finalmente se revela...

... o futuro...

... nunca é da maneira que imaginamos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cegos Guiando Cegos

Não posso deixar de compartilhar com todos este email que recebi.
É um texto longo, mas que merece nossa atenção e divulgação.
"CEGOS GUIANDO CEGOS”

A prudência nos ensina que na maioria das vezes é melhor calar do que falar, entretanto, motivado por dois fatos recentes, meu espírito anda inquieto, exigindo-me uma conduta que supere a inércia que muitas vezes nos protege, mas que, ao mesmo tempo, nos condena em consciência pela omissão.

O primeiro fato diz respeito ao grave acidente de trânsito que vitimou três jovens, dois condenados à morte e um terceiro condenado à vida, sabe-se lá em que circunstâncias.

O segundo fato ocorreu quando recentemente, ao buscar meu filho na saída de uma festa de aniversário de 15 anos, percebi que alguns de seus colegas estavam embriagados. Meu filho tem 14 anos, e seus colegas, também (Graças a Deus ele não bebe).

Não pretendo ser raso e comentar o acidente em si, até porque muitas pessoas e a própria imprensa já se ocuparam dessa missão, promovendo as mais diversas opiniões. Algumas abalizadas, e outras, infelizmente, nem tanto, mas invariavelmente quase todas manipulando para cá e acolá a opinião pública.

Quanto ao acidente, além de lamentar o ocorrido, somente me resta pedir a Deus que conforte os corações dos pais e mães das três famílias envolvidas, esperando que a justiça dos homens seja feita à semelhança da Divina, entretanto, preocupa-me a forma superficial como este fato vem sendo tratado, inclusive pela imprensa, onde a opinião pública está toda voltada para o deslinde do caso em si e na necessidade de exemplar punição ao infrator, com vozes clamando pela condenação deste ou daquele, e algumas delas até de forma absurdamente “taleônica”, jogando para debaixo do tapete a real discussão que deve ser travada entre pais e filhos, mães e filhos, entre amigos, na sociedade em geral, a partir de tão lamentável acidente.

E para tanto, não posso deixar de “fazer um link” com o segundo fato, onde numa festa de aniversário de 15 anos, alguns dos colegas do meu filho, todos na faixa de 14 anos de idade, apresentavam-se alcoolizados.

Preocupa-me o fato de pessoas promoverem festas e franquearem o consumo de bebidas alcoólicas e energéticos para adolescentes de 14 ou 15 anos como se isso fosse permitido, preocupa-me a omissão do Poder Público através de seus diversos órgãos de proteção ao menor para com tais fatos, mas preocupa-me muito mais a permissividade dos pais para com o comportamento de seus filhos sejam eles crianças ou adolescentes, que se esquivam do dever moral e legal de educa-los, dando-lhes princípios, impondo-lhes limites, para que pelo menos se tornem no futuro pais melhores do que os seus omissos pais estão sendo atualmente.

Que tipo de adultos se tornarão estes adolescentes que já aos 14 anos se embriagam? Que tipo de comportamento poderá ser deles exigido no futuro?

Talvez os pais dos meninos e meninas que estão embriagando-se já na adolescência, estejam hoje cerrando fileiras no clamor pela justiça que deva ser aplicada no caso do acidente, exigindo a condenando deste ou daquele, infelizmente sem olhar para a própria paternidade que lhes foi confiada por Deus, para perceber que o fatídico acidente, hoje na mídia por força de seus protagonistas, é apenas mais um na triste estatística dos delitos de trânsito que diariamente ceifam vidas prematuramente.

Daí porque esta singela reflexão não poderia ter outro título, senão aquele tirado do versículo 14, do capítulo 15, do Evangelho de São Mateus: “Cegos guiando cegos”.

De fato, a cegueira tomou conta da paternidade atual, onde os pais não mais estão educando seus filhos, transmitindo-lhes princípios, valores morais e éticos, e, principalmente, impondo-lhes limites.

Lembro-me de certa vez que em conversa com a mãe de um aluno, esta me relatou “não poder mais com as atitudes do filho”, e que do jeito que as coisas iam não lhe restaria outra alternativa, “senão a de tirar-lhe o carro”. Detalhe: o filho a que ela estava se referindo tinha 16 anos.
Diante de tal afirmação daquela tão “preocupada” mãe, somente pude pensar que quem precisava de um corretivo não era seu filho, e sim ela, por falhar no sagrado dever de educar, de impor limites, deixando como muitos pais que conheço para as escolas tão árdua tarefa, da qual os heróicos professores deveriam ser somente coadjuvantes desses mesmos pais.

Ainda do mesmo Evangelho de São Mateus, há uma passagem em que o evangelista retrata um diálogo duríssimo, mas necessário, de Jesus com os Fariseus. O diálogo está inserido no capítulo 23, que poderá ser rememorado pelo leitor oportunamente e do qual relembro apenas o versículo 24: “Guias cegos! Filtrais o mosquito, mas engolis o camelo”.

Quando vejo vozes de muitos pais se levantando para pedir justiça (e é correto que o façam) em acontecimentos como esse lamentável acidente, somando-se às vozes daqueles pais cujos filhos perderam a vida, espera-se que o façam a partir do olhar de suas próprias vidas, olhando de dentro e para dentro de suas próprias casas, VENDO primeiro se estão cumprindo a contento a missão da paternidade que lhes foi divinamente confiada, JULGANDO se esta missão, à luz dos preceitos evangélicos, vem sendo cumprida a contento, e AGINDO na transformação de suas realidades, caso a missão necessite de uma correção de rota.

Se o pedido de justiça é feito apenas no clamor da comoção, no “embalo da revolta alimentada por opiniões ou pela mídia”, sem antes passar por uma detida análise de nossa responsabilidade como pais, creio que estejamos realmente cegos.

Preocupamo-nos com o acidente em si e suas conseqüências, e deixamos passar ao largo a oportunidade de discutir com nossos filhos e filhas, com nossos amigos e com os amigos de nossos filhos, com nossos professores, com as autoridades constituídas, sobre a necessidade de agirmos não somente pedindo justiça nesse caso concreto, a qual certamente ocorrerá a seu tempo, mas principalmente sobre agirmos de modo a intervir na formação de nossas crianças e adolescentes, atraindo a atenção destes para princípios e valores que devem nortear nossa vida em sociedade, exigindo e “cobrando” deles a vivência de tais princípios e valores desde a mais tenra idade e corrigindo seus desvios, redescobrindo com eles o “senso de coletivo”, perdido por nós num meio social que infelizmente tende ao individualismo.

Do contrário, meu paciente leitor, se como pais ou mães, filhos ou filhas nos mantivermos inertes, se alienadamente não agirmos com decisão para resgatarmos o real sentido da vida a nossas crianças e adolescentes, o futuro não nos brindará com dias melhores.

Cuidado para não engasgar com o camelo.

Em Guarapuava, 17. 05.2009.

RENATO PENTEADO

domingo, 7 de junho de 2009

Escritores da Liberdade



Acabei de assistir ao filme "ESCRITORES DA LIBERDADE" e recomendo, é simplesmente perfeito para quem como eu, se encontrou na docência...

Abaixo uma pequena resenha para verem como vale a pena:



O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007) aborda, de uma forma comovente e instigante, o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Tal filme se inicia com uma jovem professora, Erin (interpretada por Hilary Swank), que entra como novata em uma instituição de "ensino médio", a fim de lecionar Língua Inglesa e Literatura para uma turma de adolescentes considerados "turbulentos", inclusive envolvidos com gangues. Ao perceber os grandes problemas enfrentados por tais estudantes, a professora Erin resolve adotar novos métodos de ensino, ainda que sem a concordância da diretora do colégio. Para isso, a educadora entregou aos seus alunos um caderno para que escrevessem, diariamente, sobre aspectos de suas próprias vidas, desde conflitos internos até problemas familiares. Ademais, a professora indicou a leitura de diferentes obras sobre episódios cruciais da humanidade, como o célebre livro "O Diário de Anne Frank", com o objetivo de que os alunos percebessem a necessidade de tolerância mútua, sem a qual muitas barbáries ocorreram e ainda podem se perpetrar. Com o passar do tempo, os alunos vão se engajando em seus escritos nos diários e, trocando experiências de vida, passam a conviver de forma mais tolerante, superando entraves em suas próprias rotinas. Assim, eles reuniram seus diários em um livro, que foi publicado nos Estados Unidos em 1999, após uma série de dificuldades. É claro que projetos inovadores como esse, em se tratando de estabelecimentos de ensino com poucos recursos, enfrentam diversos obstáculos, desde a burocracia até a resistência aos novos paradigmas pedagógicos. Em países como o Brasil, então, as dificuldades são imensas, mas superáveis, se houver engajamento e esforços próprios. Nesse sentido, o filme "Escritores da Liberdade" merece ser visto como apreço, sobretudo pela sua ênfase no papel da educação como mecanismo de transformações individuais e comunitárias. Com essas considerações, vê-se que a educação, como já ressaltaram grandes educadores da estirpe de Paulo Freire, tem um papel indispensável no implemento de novas realidades sociais, a partir da conscientização de cada ser humano como artífice de possíveis avanços em sua própria vida e, principalmente, em sua comunidade.