E finalmente eu consegui terminar
de ler o livro “Os Três”, de Sara Lotz... confesso que foram vários os motivos
para demorar, primeiro minha mudança, depois a correria de organizar tudo,
depois que o livro meu deixou muito confusa desde o início e até agora ainda
deixa um pouco.
Ele conta a história da Quinta
Feira Negra... mas agora me questiono, ela existiu de fato? Eu perdi essa parte
da nossa história geral? Confesso que não fico prestando muito atenção à essas
coisas, mas creio que eu me lembraria de algo do gênero.
E lendo as resenhas e comentários
de diversos internautas, questiona-se exatamente isso... foi baseado em fatos?
Aconteceu realmente?
Parece que não, parece que foi
uma história criada pela autora, e portanto, é preciso, antes de mais nada,
parabenizá-la pela veracidade que passa durante o desenrolar da história.
A sinopse do livro diz o
seguinte:
“Quinta-Feira Negra. O dia que
nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante,
em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são
crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma
transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo
suficiente para deixar um alerta em seu celular: ‘Eles estão aqui. O menino. O
menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são
tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós.
Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele...’ Essa mensagem irá
mudar completamente o mundo”.
12 de janeiro de 2012 amanhece
como um dia normal, como todos os outros dias, e neste dia, muitas pessoas, em
quatro continentes distintos, embarcam em um voo, com o objetivo de chegar em
seus destinos.... visitar suas famílias, passear em férias, para um reunião de
trabalho... não importa. A questão é que este dia não acabará como todos os
outros, pois sem uma explicação oficialmente plausível, estes quatro aviões
caem, mais ou mesmo no meu instante e mudam a vida de muitas pessoas.
Consternadas com os acidentes, as
pessoas ficavam ainda mais perplexas ao tomar conhecimento de que três crianças
sobreviveram... foram encontradas com vida em meio aos escombros das aeronaves.
Além delas, sobrevive, mesmo que
por pouco tempo, Pam, que estava indo ao Japão para visitar a filha... ela
sobrevive tempo suficiente para deixar um recado que parece, para alguns, um
tipo de profecia e que acaba, no final das contas, transformando a vida de
muitas pessoas... primeiramente do Pastor Len, que ela cita na mensagem... mas
também do seu esposo, e até do cachorrinho dela.
E assim está enredada a história,
que é contada através de entrevistas, confissões, matérias, artigos e conversas
que uma jornalista tem com pessoas que estiveram de alguma forma envolvidas com
o acidente e com as pessoas que estavam nos voos e também, com as pessoas que
ficaram como cuidadoras destas três crianças sobreviventes. Todas informações
que balisaram um livro escrito por ela e que dá uma repercussão muito grande
dentro da história também.
É ela também, que no final do
livro nos dá uma pequena ideia do que poderia ser a verdade... verdade essa que
fica a critério de cada pessoa, conforme suas crenças.
Mas voltemos ao início...
Há todo tipo de especulação sobre
os acidentes... que eram indícios do final do mundo para os religiosos, que
eram os extraterrestes tentando tomar conta do que acham ser seu, entre várias outras teorias de conspiração
mesmo. Mas as autoridades, em cada um dos continentes, tratou de desmentir tudo
e identificar falhas aceitáveis para justificar os acidentes. Um deles foi dito
que foram pássaros que ao se chocar com as turbinas, causaram o acidente.
Porém, de nada adiantavam estas
justificativas, pois as teorias mirabolantes eram mais interessantes à
população, que passou a acreditar no que mais lhe conviesse.
No decorrer do livro é contada a
história de cada um dos sobreviventes e, juntamente, das pessoas que estavam
como seus cuidadores. Mostra-se a pressão sofrida por essas famílias diante de
uma mídia que não mede esforços para conseguir qualquer tipo de imagem ou
declaração para abastecer o criativo alheio. São abordadas questões
psicológicas muito interessantes e que levam à reflexão... questões de
manipulação individual e coletiva também são abordadas com muita propriedade.
Fanatismo, cegueira, crenças arraigadas são abordadas também de forma a fazer o
leitor refletir sobre no que acreditamos.... a Quinta Feira Negra aconteceu?
Ela foi o prenúncio do fim do mundo? Como se salvar? Até que ponto o nosso
psicológico é afetado por isso?
É “perigoso” escrever muito e
acabar soltando alguma informação que possa prejudicar a leitura daqueles que
ainda não conhecem o livro...
Mas vale aqui falar sobre a
Floresta Aokigahara, que também é conhecida como a Floresta do Suicídio... para
onde japoneses sem perspectivas vão para dar cabo da própria vida. Esta é uma
parte da história que é bem sombria... principalmente porque a jornalista que
faz o apanhado das informações para o seu livro, se vê diante desta floresta no
final da história... em busca de esclarecimentos, mesmo depois de alguns anos
passados dos acidentes. E assim ela acaba aclarando, ainda que pouco, o que
realmente aconteceu naquela Quinta-Feira Negra. Digo pouco, pois o final desta
história fica aberta a diversas interpretações, justamente baseadas na crença
de cada um... e isto me parece, muito sensato por parte da autora, demonstra
respeito aos seus leitores!
Mas e aí, vocês já leram este
livro? Curtiram? Ele mexeu com vocês? Confesso que ainda estou refletindo sobre
ele e agora vou em busca de um livro bem mais suave para dar um tempo nessa
tensão toda hehe!
Vamos conversar?
Bjo bjo