“Todo mundo precisa de um tempo,
todo mundo merece uma segunda chance. Bob e eu agarramos a nossa...” (p. 234)
E vamos lá, mais um livro bom para indicação, ufa! Hehe...
Esse demorei para ler... sabe quando a gente vai passando os
outros na frente e vai deixando aquele lá de lado, esquecido... e nem sei bem
por que fiz isso... ganhei do meu pai, já nem me lembro mais qual foi a
ocasião, o motivo, e ele estava lá na estante.
Quando terminei de ler o que comentei no post anterior,
pensei em começar a ler uma das duas séries que tenho... mas que não estão
completas (ainda faltam alguns dos livros): o da Maldição do Tigre e
Instrumentos Mortais. Mas justamente porque faltam alguns dos livros, achei
melhor nem começar, pois senão acontece como com a trilogia do Delírio... tive
que sair correndo, desesperada na livraria pra comprar os outros dois quando
estava terminando de ler o primeiro.
Então, decidi pegar aquele que estava de ladinho, lá na
estante e comecei sua leitura... e que leitura MARAVILHOSA... se imaginasse que
era tão boa, teria lido antes... e pior, fala sobre um gato, eu deveria saber
que era ótimo.
O livro em questão se chama “Um Gato de Rua Chamado Bob”, de
James Bowen. E retrata uma história real... a história de James Bowen e do seu
gato Bob... gato de rua que ele encontrou enroladinho na porta de um
apartamento do seu prédio.
O gato laranjinha estava bem debilitado, doente, machucado,
com uma grande ferida no corpo e talvez na alma também... James era um cara que
não estava dando conta de cuidar da própria vida (tentando ficar longe do vício
em heroína e ganhar o pão do dia a dia com suas apresentações musicais no
centro de Londres) e pensou que o melhor era deixar aquele gato ali mesmo, pois
ele já tinha muito com o que se preocupar. E os dias passaram e o gato
continuava lá naquela porta e como James tinha uma leve queda por gatos, não
resistiu, bateu na porta e perguntou ao morador se o gato lhe pertencia.
O morador disse que não, que provavelmente ele só estava ali devido ao cheiro da comida. Então James não teve dúvidas e convidou aquela pequena bola de pelos (pelos estes bem ralos e feios) para subir ao seu apartamento e comer alguma coisa... e deste convite nasceu uma bela amizade.
James levou o laranjinha ao veterinário para tratar suas
feridas, comprou comida, os remédios e, acima de tudo, deu amor ao bichinho.
Como tinha acabado de assistir a Twin
Peaks, resolveu dar o nome de Bob ao seu novo (ou único?) (verdadeiro)
amiguinho.
E os dias foram passando e Bob foi melhorando...
e James entendeu que Bob era um gato de rua, que o melhor seria devolvê-lo à
rua, que não deveria se envolver com ele, pois gato não se fixa em lugar nenhum
e uma hora acabaria indo embora mesmo... mas isto não aconteceu. Os dias foram
passando e Bob foi ficando.
Com o passar do tempo, Bob começou a seguir
James sempre que ele saía para tocar no centro de Londres e ganhar uns trocados
para a comida e passar alguns dias.
E não é que o bichinho fez sucesso com as
pessoas? Todos paravam para observar o gato laranja que acompanhava o dono
sentado em seu ombro e que, durante suas apresentações, ficava confortavelmente
repousando dentro da caixa da guitarra de James.
Bob adorava andar de ônibus... sempre “sentava”
na janela e colava a cara no vidro para ver o mundo passar através de seus
olhos.
James se preocupava muito com Bob... além de
cuidar da sua saúde e alimentação, cuidou também da sua segurança, comprou uma
guia própria para gatos e também levou-o para que colocassem um microchip de
identificação... o que fez com que, oficialmente, Bob se tornasse o seu gato.
Nas ruas de Londres estes dois amigos viveram
todo tipo de experiência... experiências boas e ruins... pessoas de bem e do
mal que passavam pelas calçadas da cidade e que notavam a presença de ambos. No
decorrer do livro, quando parecia que as coisas estavam se ajeitando para os
dois, algo acontecia para testar mais uma vez aquela amizade e também a nova
vida que James tentava levar.
James percebeu com o passar do tempo, que Bob o
tornou mais humano, mais real... que com a presença do bichinho, ele era notado
e até mesmo respeitado pelas outras pessoas. Antes ele se dizia transparente...
e com Bob, ele passava a ter cor. As pessoas falavam com ele, o
cumprimentavam... tudo para ter um pouco de contato com aquele bichano tão
especial.
E nesta história há somente vencedores, pois não
foi somente Bob que ganhou uma segunda chance na vida e sim James, que voltou a
ser alguém através da amizade e do amor desenvolvido com seu amado amigo,
aquele gato laranjinha, o Bob!
Até relações que antes estavam estremecidas,
como com a sua mãe, acabaram por se reestabelecer, pois James entendia que
deveria ser alguém melhor para Bob e assim, se tornou alguém melhor para si
mesmo e para as pessoas que faziam parte da sua vida de alguma maneira.
Enfim, espero que gostem, eu achei muito fofo...
e de uma leitura gostosa, descompromissada, interessante!
É isso, comentem, vamos conversar!
Bjo bjo