domingo, 30 de abril de 2017

Assédio Moral no Ambiente de Trabalho



E muito tem-se falado na empresa em que laboro, do tal assédio moral. Ele acontece diariamente em todas as empresas. Às vezes de forma velada, às vezes descaradamente, mas acontece.

Como é assunto forte, porém está ligado com o nosso dia a dia, resolvi escrever sobre o mesmo.
Já havia escrito antes... se quiserem conferir, clica aqui: http://entreagendas.blogspot.com.br/2013/11/assedio-moral.html

Resolvi escrever também, pois por muitas vezes me sinto assediada, então achei por bem fazer uma pesquisa e verificar se o que se passa comigo é de fato um assédio moral ou não.

Segundo o site Guia Trabalhista, “o assédio moral caracteriza-se por condutas que evidenciam violência psicológica contra o empregado. Na prática o ato de expor o empregado a situações humilhantes (como xingamentos em frente dos outros empregados), exigir metas inatingíveis, negar folgas e emendas de feriado quando outros empregados são dispensados, agir com rigor excessivo ou colocar ‘apelidos’ constrangedores no empregado são alguns exemplos que podem configurar o assédio moral. São atitudes que, repetidas com frequência, tornam insustentável a permanência do empregado no emprego, causando danos psicológicos e até físicos, como doenças devido ao estresse causado pelo assédio” (Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/assediomoral2.htm).

Já segundo o site assediomoral.org, baseado em texto de Barreto (2000), assédio moral é “a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o ‘pacto da tolerância e do silêncio’ no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, ‘perdendo’ sua autoestima (fonte: http://www.assediomoral.org/spip.php?article1). 

Ufa, que triste e horrível tudo isso... mas então, o assédio moral basicamente é um tipo de bullying,  assim como os sofridos pelas crianças e adolescentes nas escolas ou entre seus grupos de afinidade (quando não são tão afinados assim). 

Quando o seu superior ou outra pessoa só “pega no seu pé”, sem cobrar o desenvolvimento das atividades de outras pessoas e apenas a sua, quando tudo o que você faz não é bom o suficiente, entre outras situações, pode ser configurado como assédio, desde que seja um comportamento repetitivo, pois quando a situação acontece de forma isolada, não configura-se assédio. Porém, quando tal ação constrange o atingido e faz com que o mesmo não queira mais ir ao trabalho, ou ainda o faça se sentir mal psicologicamente falando, sentindo-se humilhado, com vontade de chorar, e às vezes até com vontade de “agredir” a pessoa que está lhe agredindo, pode ter certeza de que ai se encontra uma situação de assédio.

E como é difícil quando você percebe que está passando por isso, pois como é que você sai dessa? Segundo o texto que escrevi lá em 2013, a melhor saída é denunciar o assediador. Mas por vezes, na maioria das vezes, este ser é o seu superior... e só isto já intimida a denúncia... segue-se a isto, o fato de que é muito difícil comprovar um assédio... normalmente é necessário o testemunho de pessoas próximas e que presenciaram a situação. Mas, mais uma vez por medo, estas pessoas não se pronunciam, ficam caladas. Vai que eu sou demitida, preciso do emprego para pagar as contas, sustentar minha família, etc. Complicado não?!

Digo isto, fica claro que não é só o assediado que fica com sequelas psicológicas e até fisicas do assédio. Este tipo de situação afeta a todos que estão no mesmo ambiente. 

Mas acho que é isso... eu só queria escrever um pouco sobre para desabafar, para desestressar mesmo e rever, e tentar entender o por que de alguns comportamentos que ando observando e vivenciando.

E vocês, já sofreram assédio moral? Já presenciaram alguém ser assediado? 

Vamos conversar?

Bjo bjo

terça-feira, 25 de abril de 2017

13 Reasons Why

“E se o único jeito de não se sentir mal for parar de sentir qualquer coisa para sempre?”



E cá estou eu para falar da série do momento do Netflix: 13 Reasons Why. Série que assisti em uma semana (coisa rara), mas é porque eu realmente queria saber o que levou Hannah ao suicídio e se de fato o que ela alega como motivos, eram motivos para tanto.

A série foi baseada no livro de mesmo nome, de Jay Asher, publicado em 2007.

Quando comecei a assistir, por recomendação de um amigo, comecei a ler sobre ela diversas opiniões... algumas positivas, outras negativas, mas ainda não tinha formado uma opinião própria, afinal não tinha terminado de assistir. O que podia adiantar é que o rapaz que é “foco” juntamente com Hannah, o Clay, me irritava profundamente com o seu comportamento. Mas também, como julgar né, adolescente, envolto em uma situação tão delicada.



Enfim, vamos à história. A série conta quais foram os motivos (13) que levaram Hannah Baker a cometer suicídio... quem nos “mostra” os acontecidos, na maior parte dos episódios, é Clay Jansen, aquele típico estudante do ensino médio, que não é assim tão enturmado com os populares, mas também não passa 100% despercebido.

Um dia, depois da morte da sua colega de classe e de trabalho, ele encontra uma caixa em frente à sua casa, cheia de fitas cassetes e um mapa, com instruções de como proceder. Eram fitas gravadas por Hannah... 7 fitas que descreviam os motivos que a levaram ao suicídio... ou, no caso, a identificação das pessoas que a levaram a tal e por que. As instruções diziam que cada um que fosse considerado responsável pela sua morte deveria ouvir as fitas... mas não somente a sua, todas, para entender o contexto geral, já que de toda forma, como são os seus colegas de colégio, estão relacionados e suas histórias se cruzam.

Outros já ouviram as fitas, e está na vez de Clay.... mas ele não consegue fazer isso de forma direta, ou racionalizar. Ele se envolve totalmente com cada fita e quer, de alguma forma, punir os colegas que contribuiram para a morte de Hannah. E quando ele aborda seus colegas, sempre é lembrado de que ele também está nas fitas e também é responsável pelo que aconteceu.

Se alguém decidir “dar fim” nas fitas, ou levar às autoridades, Tony, amigo de Hannah, que além de ter as cópias das fitas, tem instruções para tornar público o conteúdo das mesmas, caso isso acontecesse. E tornar públicas as gravações da menina, seria, no mínimo, vergonha aos envolvidos, pois como sempre é dito no decorrer dos episódios, cada um sabe muito bem o que fez para levá-la à morte.



É importante ressaltar que as fitas falam sobre o comportamento de cada uma dessas 13 pessoas que Hannah culpa pela sua morte! O comportamento delas com a garota... são questões de assédio moral e sexual, bullying, depressão, fofocas adolescentes, descaso de quem podia ajudar, enfim, falam sobre como o ensino médio pode ser nocivo se você não estiver “blindado” de alguma forma. Ufa.... lembrei de muitas coisas que passei no ensino fundamental e médio.... por causa do tamanho dos meus lábios... aquilo era bullying, com certeza!

Agora, voltando às críticas que li enquanto assistia ao seriado e também agora, para escrever meu post: muitos entendem que a série é um desserviço, devido ao efeito Werther, que é utilizado para designar os suicídios que seguem um modelo, que são imitados. Ou seja, tem-se o medo de que a série instigue adolescentes e jovens a comenterem o suicídio como fez a protagonista da história. E isso é preocupante, pois de fato, a intenção é alertar para o problema, porém, não há um canal de contato para promover a vida, uma central de atendimento para que aqueles que estão assistindo ao seriado e se sentem mal, possam conversar (pois nem sempre, ou na maioria das vezes, estes adolescentes e jovens não tem liberdade para conversar com seus pais e familiares sobre este assunto e os seus amigos, que tem a mesma idade, não vêem como algo sério). No caso do Brasil, este contato é através do CVV – Centro de Valorização da Vida. Inclusive, o telefone de contato do CVV é 141 e o site http://www.cvv.org.br/. Se você se sente mal, se você pensa em tirar a própria vida, procure ajuda.

Quero colocar aqui também, que fiquei muito mal depois que terminei de assistir a série. Na realidade ainda não estou 100%. Há, no decorrer dos episódios, muitas cenas fortes, de violência ao outro, de violência à si próprio, de tortura psicológica.... e não tem como não mexer com a gente uma coisa dessas. É um trabalho psicológico perigoso mesmo... e se a cabeça é fraca (ou está fraca), é possível ceder aos encantos de tirar a própria vida e deixar “recados”, culpando quem fica.

Mas apesar disto, acho que vale a pena assistir, mas tentando, dentro do possível, não se envolver, utilizando um filtro interno, pois por diversos momentos eu me senti mal, deprimida, envolvida aos extremos com tudo o que estava acontecendo por não ter feito isso. Então, bora assistir, se conscientizar e ajudar a orientar as pessoas que estão à nossa volta. Principalmente, observando o seu comportamento.

Como leitura complementar, sugiro que leiam o texto do Diário de Permambuco, postado em 10 de abril, ou seja, super recente:

E vocês, já assistiram? O que acharam? Vamos conversar?

Bjo bjo

terça-feira, 18 de abril de 2017

Macumba – Uma Gira Sobre Poder


“Ah Zumbi! Avisa Dandara, nós continuaremos aqui! Ativando nosso efó, fortalecendo o nosso axé, porque eu empodero a minha alma e meu cabelo, eu empodero a minha pele e a minha história, nada nem ninguém tem o poder de tirar a minha fé, de tirar o meu ilê, de tirar o meu dinheiro, de tirar a minha roupa. Eu sou poder! Axé!”
(Fernanda Júlia – encenadora e dramaturga)

E no Festival de Curitiba eu fui agraciada pela minha querida empresa com um par de convites para assistir à peça Macumba, uma gira sobre poder.


Confesso que de início eu não tinha certeza que seria uma boa escolha, fui atraída pelo nome, achei diferente (no mínimo)... mas ao chegar lá na Sociedade 13 de Maio, já na entrada, tive certeza que sim, foi uma ótima escolha.

Como eles mesmo chamam, que espetáculo cênico (espetáculo pois engloba teatro, música, dança e artes visuais) emocionante, que boa descrição de empoderamento do negro e também da mulher. Este espetáculo faz parte do Projeto Macumba, que é contemplado pela Bolsa Funarte de Fomento a Artistas e Produtores Negros de 2014. Sem querer entrar em mérito nenhum, ter que ter um fundo próprio já é um grande pré-conceito, mas também, é uma dádiva, pois nos proporciona ensinamentos como os passados nesta bela apresentação.

“Empoderar-se significa, além de ter acesso a todos os direitos de cidadania, conhecer a sua história, ter consciência da sua cultura e identidade. O negro tem poder? Onde o negro tem poder? Por meio de um espetáculo afrografado e afro centrado, a Companhia Transitória convida a todas e todos para uma reflexão, para um provocação. O que é poder? Como se tem poder? (Fonte: http://www.bemparana.com.br/noticia/495789/macumba-uma-gira-sobre-poder-e-o-empoderamento)

O cenário “montado” já mostra que o foco é desmistificar, pois a platéia fica em volta dos artistas, o cenário é como uma cruz ou um sinal de mais... e não há cenário na realidade, apenas as falas (e que falas) de 4 atores (homens e mulheres), descrevendo a questão do empoderamento do negro e das mulheres, do racismo, solicitando o reconhecimento dos valores e da cultura negra neste país tão negro e tão preconceituoso. Inclusive, mostrando diversos negros que são “podres de ricos”, indo contra o pré-conceito de muitos.

E as músicas, ah, as músicas... músicas criadas para este espetáculo, músicas que nos envolvem de tal forma e quando nos damos conta, já estamos cantando junto, e batendo palmas e pés e vibrando com toda aquela energia positiva, com todo aquele axé.

O que dizer, simplesmente que, se você ainda não assistiu, e tiver oportunidade, assista, pois você vai sair de lá mais leve, mais feliz, mais centrado.... e mais do que tudo, você sairá com mais conhecimento sobre uma cultura que é nossa!








E aí, vamos conversar?

Bjo bjo

segunda-feira, 10 de abril de 2017

4 Vidas de Um Cachorro de W Bruce Cameron

E eu comprei este livro na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, em 2014 e só fui ler agora. E só porque saiu o filme... pois na lista de leitura, ele estava mais pra frente ainda hehe! E também porque a mãe assistiu ao filme e disse que era muito bom, emocionante.



Confesso que até quase metade do livro, eu estava achando a história muito infantil, não estava gostando, mas quando este cachorrinho chegou no sua terceira vida, tudo mudou... aí eu comecei a ver o sentido do livro, o propósito da história, e então eu comecei a me emocionar e a entender o que a mãe queria dizer.

Contar a história seria estragá-la e no final das contas, acho que realmente vale a leitura. Se no começo você achar a história e as vidas deste cachorro meio “boboca”, insista um pouco mais, pois quando você entender, junto com ele, qual era o seu propósito de vida, você vai olhar o seu cachorrinho com outros olhos.  E se você não tem um cachorrinho, pode até ser que queira um depois disso.

Coração está aqui na mão, olhos estão marejados... os cachorros são seres especiais... assim como os gatos, os coelhos... e todos so bichinhos de estimação que temos e nos trazem tantas alegrias incondicionais.

Agora quero ver o filme hehe... ter que correr atrás, pois no cinema já não tá mais.

E vocês, já leram o livro? Viram o filme?
Vamos conversar!

Bjo bjo