“Ah Zumbi! Avisa Dandara, nós
continuaremos aqui! Ativando nosso efó, fortalecendo o nosso axé, porque eu
empodero a minha alma e meu cabelo, eu empodero a minha pele e a minha
história, nada nem ninguém tem o poder de tirar a minha fé, de tirar o meu ilê,
de tirar o meu dinheiro, de tirar a minha roupa. Eu sou poder! Axé!”
(Fernanda Júlia – encenadora e
dramaturga)
E no Festival de Curitiba eu fui
agraciada pela minha querida empresa com um par de convites para assistir à
peça Macumba, uma gira sobre poder.
Confesso que de início eu não
tinha certeza que seria uma boa escolha, fui atraída pelo nome, achei diferente
(no mínimo)... mas ao chegar lá na Sociedade 13 de Maio, já na entrada, tive
certeza que sim, foi uma ótima escolha.
Como eles mesmo chamam, que
espetáculo cênico (espetáculo pois engloba teatro, música, dança e artes
visuais) emocionante, que boa descrição de empoderamento do negro e também da
mulher. Este espetáculo faz parte do Projeto Macumba, que é contemplado pela
Bolsa Funarte de Fomento a Artistas e Produtores Negros de 2014. Sem querer
entrar em mérito nenhum, ter que ter um fundo próprio já é um grande
pré-conceito, mas também, é uma dádiva, pois nos proporciona ensinamentos como
os passados nesta bela apresentação.
“Empoderar-se significa, além de
ter acesso a todos os direitos de cidadania, conhecer a sua história, ter
consciência da sua cultura e identidade. O negro tem poder? Onde o negro tem
poder? Por meio de um espetáculo afrografado e afro centrado, a Companhia
Transitória convida a todas e todos para uma reflexão, para um provocação. O
que é poder? Como se tem poder? (Fonte: http://www.bemparana.com.br/noticia/495789/macumba-uma-gira-sobre-poder-e-o-empoderamento)
O cenário “montado” já mostra que
o foco é desmistificar, pois a platéia fica em volta dos artistas, o cenário é
como uma cruz ou um sinal de mais... e não há cenário na realidade, apenas as
falas (e que falas) de 4 atores (homens e mulheres), descrevendo a questão do
empoderamento do negro e das mulheres, do racismo, solicitando o reconhecimento
dos valores e da cultura negra neste país tão negro e tão preconceituoso.
Inclusive, mostrando diversos negros que são “podres de ricos”, indo contra o
pré-conceito de muitos.
E as músicas, ah, as músicas...
músicas criadas para este espetáculo, músicas que nos envolvem de tal forma e
quando nos damos conta, já estamos cantando junto, e batendo palmas e pés e
vibrando com toda aquela energia positiva, com todo aquele axé.
O que dizer, simplesmente que, se
você ainda não assistiu, e tiver oportunidade, assista, pois você vai sair de
lá mais leve, mais feliz, mais centrado.... e mais do que tudo, você sairá com
mais conhecimento sobre uma cultura que é nossa!
E aí, vamos conversar?
Bjo bjo
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