segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Viver Duas Vezes



Todas as noites, após o jornal, acabamos assistindo algo na Netflix, normalmente, desenhos e filmes infantis por causa da Maria... mas esses dias, como ela já estava dormindo, sugeri algo diferente ao querido esposo... e já de cara a Netflix nos ofereceu Viver Duas Vezes... ao ler o resumo e ver a sinopse, me pareceu interessante, então, resolvemos assistir.



O título original é Vivir Dos Veces, filme espanhol, produzido e dirigido por Maria Ripoll em 2019 e lançado na primeira semana de 2020.

Ele conta a história de Emilio, um professor universitário de matemática, aposentado, que para sua infelicidade, é diagnosticado com Alzheimer.

Imaginem o desgosto de um professor que descobriu um número primo, seu maior feito, começar a esquecer o que tanto amou e se dedicou uma vida toda.

Ao se ver passando por esta situação, não reconhecendo onde estava, não conseguindo voltar para casa, tentando pagar uma conta duas vezes, passou a recordar toda a sua vida,  e o coração bateu mais forte com as lembranças da infância, do seu primeiro amor. 

Como sabia que iria esquecer seu primeiro amor, Margarita, ele resolve buscá-la, reencontrá-la uma última vez. 

Para isto, ele faz a mala e entra em seu carro (bem velho) e é abordado por sua neta, Blanca, que por estar em conflito com o pai, não quer ir para casa e resolver embarcar com o avô nesta empreitada.

Eles não conseguem ir muito longe até serem “denunciados” para Julia, filha de Emilio, mãe de Blanca.

Como existe uma questão (que até certo ponto podemos dizer mal trabalhada no filme) entre Julia e seu esposo, ela resolve largar tudo e correr atrás do desejo do pai, encontrar Margarita, apenas sabendo que ela foi professora em Granada e mais nada. 

Chegando lá, descobrem que ela não mora mais no endereço que conseguiram e então, voltam para Valenza frustrados. 

Vida que segue, Emilio se muda para a casa da filha e sua netinha, usando a internet e seus contatos, acaba conseguindo o verdadeiro endereço de Margarita, que pasmem, é em Valenza mesmo... assim, eles vão ao encontro do grande amor da infância daquele homem.

Ao chegar na casa, Emilio identifica como aquela em que passava seus verões durante a infância e com isso, muitas e muitas memórias voltam a sua cabeça, são lembranças que chegam a doer, ele entra na casa, vai até os fundos e lá encontra ela, Margarita, sentada em uma cadeira, contemplando a paisagem. Ele senta, se apresenta e ela o olha atentamente, mas existe algo “errado”.... Seu primeiro amor tem demência em estado avançado, ou seja, não está lúcida... mas fica claro que ela o reconhece, quando lhe entrega um bordado inacabado, parecendo o símbolo do infinito e que remete aos tempos em que se conheceram.

E assim, ele vai embora e continua sua vida... até que o estado avançado da doença o leva para uma casa de acolhimento e lá, para sua surpresa, ele reencontra aquela que fazia o seu coração bater mais forte e aceita aquele convite para ir à praia... aquele convite feito a mais de 50 anos e que ele nunca esqueceu.

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Oscar Martínez é quem interpreta Emilio... sem dúvidas o melhor do filme, pois suas expressões (principalmente quando os sistemas da doença começam a se acentuar), seu humor ácido, sua inteligência, prendem a atenção e emocionam.

Mafalda Carbonell, a neta “rebelde” que só quer saber de ficar no celular também, é ótima, pois no desenrolar do filme, vai se envolvendo verdadeiramente com aquele vô que, até então, ela queria manter distância... em diversas cenas, o envolvimento de ambos é são simétrico, que fica evidente a cumplicidade que existe naquela relação, cumplicidade que nasceu e cresceu no decorrer da história. 

Enfim, chega de bla bla bla... assistam e depois me contem... terminei o filme chorando litros, pois Alzheimer é uma doença muito triste, pois nos leva do que de mais valioso tempos, nossas memórias, nossas lembranças... e um amor da infância é sempre emocionante também... 

E vocês, gostam deste tipo de história? Vamos conversar?

Bjo Bjo

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