sábado, 5 de julho de 2014

Extraordinário

Hoje terminei de ler ao livro Extraordinário, de R. J. Palacio e só tenho a dizer que ele é realmente extraordinário... como um menininho com um problema tão sério (fisicamente falando), pode ver a vida de uma maneira tão leve.

Este livro trata de bullying, em uma criança graciosa, mais que especial...


Só para vocês sentirem a história, transcrevo dois parágrafos do primeiro capítulo (p. 11):

“Mas agora meio que já me acostumei com minha aparência. Sei fingir que não vejo as caretas que as pessoas fazem. Nós todos ficamos muito bons nisso: eu, mamãe e papai, a Via. Na verdade, retiro o que disse: a Via não é tão boa. Às vezes ela fica muito irritada quando fazem algo grosseiro. Por exemplo, naquela vez no parquinho, quando uns garotos mais velhos fizeram alguns barulhos. Nem sei que barulhos eram, porque eu mesmo não ouvi, mas a Via escutou e simplesmente começou a gritar com eles.
Esse é o jeito dela. Eu não sou assim.
Ela não acha que eu seja comum. Diz que acha, mas, se eu fosse comum, ela não precisaria me proteger tanto. Mamãe e papai também não me acham comum. Eles me acham extraordinário. Talvez a única pessoa no mundo que percebe o quanto sou comum seja eu”.

Ou seja, para August.... mais conhecido como Auggie, ele era um menino normal, mas em função de um problema que tem um nome imenso (sua irmã, Via, diz no decorrer do livro: “Ouviram que August tinha o que parecia um tipo de ‘disostose bucomaxilofacial previamente desconhecida causada pela mutação de um autossomo recessivo no gene TCOF1, localizado no cromossomo 5, complicada por uma microssomia hemifacial característica do espectro óculo-aurículo-vertebral’” p. 110-111). Entenderam o que Auggie tem? Pois é, nem eu hehe...

O livro tenta descrever sua imagem... mas cada um imagina como quer e esta é a parte boa da leitura, pois mesmo em Auggie conseguimos nos enxergar.

A questão é que até a quinta série, ele estudou em casa. Sua mãe era sua professora... pois tanto ela quanto o seu pai, tinham medo de colocá-lo numa escola e de tudo que isso poderia significar para a integridade do seu menino.

Mas chegou um momento que sua mãe entendeu que era hora de deixar de protegê-lo tanto e deixá-lo viver sua vida como todos os outros meninos da sua idade.

De início, o pai também não gostou da ideia, mas acabou concordando...

E como vocês podem imaginar, as primeiras semanas, não não, os primeiros meses do Auggie na escola não foram exatamente do jeito que ele queria... as outras crianças tinham medo dele. Mas o diretor da escola era alguém muito sábio e com a ajuda de alguns alunos, conseguiram, em partes, fazer a integração de Auggie com a sua turma e com o colégio... mas como sempre tem um ‘espírito de porco’ em todo lugar, o aluno Julian tratou de fazer da vida dele e de quem resolveu ficar ao seu lado, um pequeno inferno.

Mas Auggie é uma criança iluminada e consegue, com seu jeito doce e agradável, conquistar as pessoas e mostrar o valor da gentileza, que é objetivo principal deste livro.  Assim, no final do ano, na formatura da quinta série, o Sr. Buzanfa, diretor do ensino fundamental, fez um discurso muito lindo, onde enfatizou que este foi o ano em que a gentileza prevaleceu naquela escola e que ele estava muito feliz com isso... ele diz:

“ – Mas a melhor maneira de medir quanto vocês cresceram não é por centímetros, nem por quantas voltas conseguem dar na pista, ou mesmo por sua média de notas, embora essas coisas, sem dúvida, sejam importantes. A melhor medida é o que vocês fizeram com seu tempo, como escolheram passar os dias e quem cativaram. Para mim, essa é a melhor medida do sucesso. Há uma frase maravilhosa em um livro de J. M. Barrie... e não, não é Peter Pan, e não vou pedir que batam palmas se acreditam em fadas... [...] – Mas em outro licros de J. M. Barrie, chamado O Pequeno Pássaro  Branco, ele escreve... [...] ‘Vamos criar uma nova regra de vida... sempre tentar ser um pouco mais gentil que o necessário?’” (p. 302)

E é isto pessoal... pois como todos sabemos, porém nem sempre praticamos: gentileza gera gentileza!!!!

Às vezes me sinto como ele nesta vida... diferente, fora do contexto... ainda bem que alguns seres especiais que fazem parte da minha vida me mostram que este deslocamento é só temporário e que na realidade, assim como Auggie, eu tenho o meu lugar no mundo.

Então leiam este livro EXTRAORDINÁRIO e pratiquem + gentileza! 


Boa noite e boa leitura!!! ^^

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