sábado, 24 de dezembro de 2016

Dewey – Um Gato Entre Livros



E hoje, véspera de Natal, entre tantas coisas à fazer, arrumei um tempinho e terminei de ler este livro tão lindo... Dewey, um gato entre livros. Livro este de uma história real, escrito por Vicki Myron com Bret Witter, a dona de Dewey.

Um livro inspirador e que nos mostra o quanto um bichinho pode mudar a vida de uma pessoa, e neste caso, de uma cidade inteira.



Dewey entrou na vida de Vicki e da biblioteca de Spencer de uma forma totalmente inusitada, e também, mudou suas vidas para sempre. Não tenho palavras para descrever o quanto a história me tocou, o quanto senti e me identifiquei. Amo gatos de paixão, já tive vários no decorrer da vida, hoje tenho uma cachorrinha que é parte da família e os sentimentos descritos no livro são semelhantes. 

Dewey se tornou o centro das atenções daquela biblioteca e no decorrer da sua vida, tornou-se conhecido em todo o mundo,  e muito mais que conhecido, se tornou querido, amado. Ele tinha todas as características e comportamentos bem clássicos dos gatos, porém, tinha o dom de cativar as pessoas, desde as crianças pequenas até os idosos. Ele sabia quem não estava bem e precisava mais da sua atenção naquele determinado dia, ele sabia quando devia manter a distância, ele sabia em quais colos se aninhar para uma boa soneca. 

As últimas palavras deste livro descrevem muito bem os sentimentos que Dewey  e os animais em geral despertam nas pessoas:

“Um ano depois da morte de Dewey, minha saúde finalmente me pegou. Eu sabia que era a hora de seguir em frente com a minha vida. A biblioteca estava diferente sem Dew e eu não queria terminar meus dias daquele jeito: vazia, silenciosa, ocasionalmente solitária. Quando eu via passar o carrinho com os livros, aquele em que Dew gostava de passear, meu coração partia. Sentia tanta falta dele, e não apenas de vez em quando na biblioteca, mas todos os dias. Mais de cento e vinte e cinco pessoas compareceram à minha festa de aposentadoria, inclusive muita gente de fora da cidade com quem eu não falava há anos. Papai leu um de seus poemas; meus netos sentaram a meu lado para cumprimentar os presentes; foram publicados dois artigos no Spencer Daily Reporter agradecendo-me pelos vinte e cinco anos de serviço. Do mesmo jeito que Dewey, eu tinha sorte. Consegui sair da minha própria maneira.
Encontre seu lugar. Seja feliz com o que tem. Trate bem todo mundo. Viva uma boa vida. Não estou falando de coisas materiais – estou falando de amor. E não dá para prever o amor.
Aprendi essas coisas com Dewey, é claro, mas, como sempre, tais respostas parecem fáceis demais. Todas as respostas – com exceção de que amei Dewey com todo o coração e ele me amou da mesma forma – parecem fáceis demais. Porém vou tentar.
Quando eu estava com três anos, papai tinha um trator John Deer. Aquela máquina tinha uma roçadeira na frente, uma longa fileira de lâminas que pareciam pás, seis de cada lado. As pás ficavam erguidas alguns centímetros acima da terra e era preciso empurrar a alavanca para frente para colocá-las no chão. Então elas cortavam o solo, jogando terra fresca nos canteiros de milho. Um dia, eu estava brincando na lama em frente à roda daquele trator, quando o irmão de mamãe saiu, depois do almoço, engatou a marcha e começou a dirigir a máquina. Papai viu o que estava acontecendo e começou a correr. Meu tio não escutava os gritos dele. A roda me jogou no chão e me empurrou para as lâminas. Fui empurrada por elas, passei de uma à outra, até que o irmão de mamãe girou a roda e a lâmina de dentro me jogou pela calha do meio e me deixou de cara para o chão atrás do trator. Papai me pegou, num só movimento, e correu comigo de volta para a varanda. Ele me examinou com assombro e me manteve no colo o resto do dia, balançando-me para frente e para trás em nossa velha cadeira de balanço, chorando em meu ombro e me dizendo: ‘Você está bem, você está bem, você está bem...’.
Por fim, olhei para ele e disse: ‘Cortei o dedo’. Mostrei o sangue. Eu estava machucada, mas, fora isso, aquele corte  minúsculo foi minha única marca.
A vida é assim. Todos de vez em quando passamos pelas lâminas do trator. Todos ficamos machucados e nos cortamos. Algumas vezes, as lâminas cortam fundo. Os que têm sorte saem com alguns arranhões, um pouco de sangue, contudo isso não é o mais importante. O que realmente importa é ter alguém para pegá-lo, abraçá-lo apertado e dizer que está tudo bem.
Durante anos, achei que tinha feito isso com Dewey. Achei que essa era a história que eu tinha de contar. E fiz isso. Quando Dewey estava machucado, com frio e chorando, eu estava lá. Segurei-o. certifiquei-me de que estava tudo bem.
Mas essa é apenas uma lasca da verdade. Na realidade, por todos aqueles anos, nos dias difíceis, nos dias bons, e durante todos os dias não lembrados que compõem as páginas do verdadeiro livro de nossas vidas, Dewey estava me segurando.
E ele continua me segurando. Desse modo, obrigada, Dewey. Obrigada. Seja lá onde você estiver” (p. 264-266).

Que todos possam ter um Dewey em suas vidas!

Feliz Natal...

Bjo bjo
 

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