sexta-feira, 2 de maio de 2014

A Menina Sem Qualidades





Gente... agora sim uma ótima recomendação, que talvez vocês até comentem que está beeeeem atrasada, hehe, mas só agora tomei conhecimento.

Então, terminei de ver essa semana a série “A Menina Sem Qualidades”, que passou nesta mesma época, no ano passado, na MTV.
Ela foi produzida pela MTV e dirigida por Felipe Hirsch, com coprodução dos Estúdios Quanta e parceria com a Quanta Post. 



Confesso para vocês que só resolvi assistir por causa do Javier Drolas, ator argentino, protagonista do filme Medianeras e que é o meu objeto de desejo nos últimos tempos... estou encantada com sua atuação, ai ai... (ainda irei à Buenos Aires assistir a uma peça dele).

Enfim, comecei a assistir por causa dele e tive uma grata surpresa ao me deparar com um texto muito bem estruturado, dividido em 12 episódios e adaptado do romance alemão Spieltrieb, de Juli Zeh.

Existem diversas cenas fortes e até por isso, pelo que pesquisei, os episódios eram transmitidos à meia noite.

Além de Javier Drolas (professor de literatura espanhola - Tristán), tem como protagonistas Bianca Comparato (como Ana – a Menina Sem Qualidades) e Rodrigo Pandolfo (Alex, o menino manipulador/sedutor/estranho pra caramba, hehe).

O termo que dá nome à série só aparece lá pelo episódio 9 ou 10, não estou bem certa, quando Alex afirma para Ana que ela é uma menina sem qualidades e por isso, extremamente comum.



Como disse acima, possui cenas fortes e não só de nudez, mas para uma reflexão pesada sobre questões da vida de uma adolescente de 16 anos, problemática, introspectiva, forte e ao mesmo tempo frágil, inteligentíssima e, acima de tudo, só.

Muitos diálogos nos levam a retornar a fala para confirmar se era aquilo mesmo que os personagens queriam dizer.... sempre que assistia a um, dois ou três episódios por vez, acabava sonhando com toda aquela história e com o reflexo daquilo tudo na minha própria vida... por quantas questões existenciais já passei que Ana e Alex passaram no decorrer da série? E Tristán? Envolvo numa situação a qual pareceu chocado num primeiro momento, depois acabou se tornando confortável e ele se mostrou confortável com tudo aquilo?



Ana desenvolveu muito bem o seu intelecto pois passa muito de seu tempo livro lendo os livros que o seu padastro deixou na casa antes de ir embora. Ela diz ter “preguiça da internet”, pois os assuntos que nem aparecem são muito rasos. Por viver num mundo só seu, Ana é um tanto agressiva e acaba expulsa de uma escola por agredir outro aluno. Na nova escola, acaba se envolvendo primeiramente com rapaz chamado Olavo, que diz que ela é estranha e que isso é bom, pois com ela, ele consegue manter um diálogo, mas também, se o diálogo não acontece, não tem problema, ficam confortáveis em seus silêncios.
Na escola ela costuma enfrentar seus professores, e quando Alex um rapaz de 18 anos, de origem libanesa (pode-se considerá-lo niilista) entra na escola, ela encontra um parceiro para toda aquela introspecção. Alex é um rapaz manipulador e passa seus dias a testar os limites das regras sociais, questionando os valores e as fraquezas da “raça humana”. Para ele, não existe nada de extraordinário na vida, nada pelo que vale a pena se empenhar. Mas isso é apenas uma cortina que esconde seu verdadeiro eu.
A situação fica um tanto tensa quando eles resolvem envolver o professor Tristán nessa paranoia que é a vida de ambos. Tristán tem convicções políticas fortes, pois foi preso político na época da ditadura militar em seu país e possui uma esposa depressiva que não ajuda muito a ter uma vida plenamente feliz. Sua felicidade, na realidade, é estar em sala de aula, vivendo, respirando a literatura espanhola e tentando mostrar aos alunos a sua beleza. Por diversas vezes ele é repreendido por Ana, que diz que ele não pertence a esta época, a este mundo. 
Enfim, Ana seduz Tristán e depois, juntamente com Alex, eles passam a chantagear o professor que entra na onda deles.



Adorei a descrição que o blog papo de homem fez e transcrevo abaixo:

“Alex é aquele tipo de garoto que acredita saber mais do que seus professores. Em parte, têm razão, pois sabe mais do que seus mestres sobre um bocado de coisas. Mas ainda é novo demais para compreender que a medula da verdade só é mordida com o tempo, após roer o osso da experiência, enfiar os dentes na carne dura dos caminhos equivocados. O menino, filho de uma época em que nobres sentimentos são tratados com ironia e a cara de tédio é considerada sinal de inteligência, está desconectado de sua própria hombridade. É um homem incompleto, semelhante a um homem castrado.
Tristán é aquele que viveu um bocado, já foi preso, já amou e conviveu com uma mulher, já apanhou de inimigos e já tirou a vida de alguém. Ele roeu o proverbial osso até chegar à medula, mas seu paladar rejeita o gosto das duras verdades que Ana aceita lucidamente, pois isso significaria abdicar de seu amor. “Por causa desse amor, ele não quer escutar”, diz Ana, “quando eu lhe esclareço a falta de sentido do universo”.
Tristán é o Adão tardio. Ana é a Eva prematura. Alex é o demônio disfarçado de inofensivo réptil. Juntos, seu jogo é reencenar o drama mais antigo da humanidade”.
Sugiro, inclusive, que leiam todo o texto oportunamente, pois é bem interessante.

A trilha sonora é outro prato cheio... muitas músicas interessantes, de todos os estilos, retratando cada cena, cada situação de forma ímpar.

Então, neste caso, SUPER RECOMENDO!!!! Se ainda não assistiram, assistam, se já assistiram, comentem o que acharam!!!

É possível assistir a todos os episódios através do youtube.
Segue o link do primeiro episódio, os demais aparecem na barra lateral direita da página:




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